O retorno

Resultado de todos os exames em mãos, voltamos ao médico.

Ele com exame em mãos, lê, olha, analisa, fala que ficou em dúvida… olha com mais calma…

Enfim resolve nos mostrar a imagem do exame que indicava que as trompas estavam levemente alteradas, sugerindo a presença anterior de alguma infecção ou processo infeccioso que tenha influenciado na situação atual das trompas. Com isto, o único procedimento possível seria aquele primeiro que ele já havia sugerido, desde o início..

Não teria jeito, inseminação descartada, teríamos que fazer a fertilização in vitro. Até aí, tudo bem.. tudo explicado, embora a explicação sobre o resultado do exame tenha me intrigado..

Estávamos tendendo a aceitar essa opção sem contestar, sem buscar uma outra opinião, até que chegamos num momento crucial da conversa: Quando faríamos?

A estimulação tem que acontecer desde o início do ciclo, para a obtenção dos óvulos maduros em 15/20 dias, para que ocorra a captação, fertilização e a posterior implantação..

Pois bem, meu ciclo se iniciaria em 2 dias, prazo esse em que eu teria que voltar para o início do acompanhamento/tratamento. Surge a dúvida, por que não no próximo ciclo?

Eis que surge a resposta.. Não daria tempo, segundo o médico (tempo do que mesmo, cara pálida? o filho é nosso, o tempo é nosso, e a decisão também!), pois a clínica fecharia no final do ano.

Aí bate aquela mescla de sentimento, indo da expectativa (desde aquele “tudo ok” nos exames), frustração pelo resultado, preocupação com o que teria causado a alteração, raiva pela forma com que o médico havia exposto a situação e pela tentativa dele em forçar a nossa escolha da data do procedimento..

Saímos do consultório, pegamos os valores do tratamento em questão, e não retornamos mais..

Autoestima lá embaixo, mas vida que segue.. Somente uma dúvida que pairava, e para a qual nunca terei a resposta.. Se fosse um homem, com qualquer problema que fosse, como seria a explicação do médico? Essa forma de comercializar o tratamento e de lidar com os sonhos da pessoa dá certo? Não haveria uma forma mais humana? Com esses questionamentos, partimos para mais uma clínica.. Consulta agendada…